Wednesday, February 28, 2007

Fugindo
(ou a impressão de)
É um topos comum na literatura freudiana o sonho recorrente do sujeito que corre atrás de algo que insiste em continuamente mais se afastar dele.
Sinto-me à beira do que ainda não sou.
Sinto o nervoso nas pernas: a oportunidade de perder tudo o que conquistei efemeramente.

"Eu vi mas não agarrei."
Ornatos Violeta
...ou não soube como?

Sunday, February 18, 2007

Iluminado
(como um siddharta sentado debaixo de uma árvore) Princípio e Fundamento
[23] O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus, nossos Senhor, e, mediante isto, salvar a sua alma.
E as outras coisas, sobre a face da terra, são criadas para o homem, para o ajudarem na prossecução do fim para que é criado.
Donde se segue que o homem tanto há-de usar delas, quanto o ajudam para o seu fim, e tanto deve privar-se delas, quanto disso o impeçam.
Pelo que, é necessário fazer-nos indiferentes a todas as coisas criadas, em tudo o que é concedido à liberdade do nosso livre alvedrio, e não lhe está proibido.
De tal maneira que, da nossa parte, não queiramos mais saúde que doença, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que breve, e assim por diante em tudo o mais, somente desejando e escolhendo o que mais nos conduz para o fim que somos criados.

Inácio de Loyola, s.j.

Saturday, February 17, 2007

Começar de Novo
([n]as pessoas e [n]as coisas)
Só o homem e a fénix são capazes de recomeçar,
mas a fénix não existe.

Friday, February 16, 2007

Desapontado
piada em inglês: Where's the point?

E quando as coisas não brotam
Não brotam porque são coisas
E as coisas nunca brotam.
:
As flores, as flores! - elas brotam!

Thursday, February 15, 2007

Introspectivo DialécticoEu nunca afirmo nada.
("Le Penseur", foto de Edward Steicher)

Tuesday, February 13, 2007

Bem
(naquele sentido insentido em português do wohl alemão, que os ingleses, coitados!, em aproximações semânticas desinventaram em full)

Saturday, February 10, 2007

Alegria-paz
(deviam inventar uma palavra para isto)

Friday, February 09, 2007

O Bem de Conversar!
O corpo é um paradoxo. Ele é obstrução à comunicação total e integrante, o corpo novo e dourado do Depois. Ele separa: porque cada um está infinitamente enclausurado, como fora casca de noz, no seu corpo. Eu não posso ser tu - e isso é uma dor enorme. Jamais compreenderei todo o teu pensamento e sentimento, ergo, todo o teu ser: porque não somos unos, mas duos. E, oxímoro!, o corpo é, ao mesmo tempo, o meio pelo qual superamos essa distância irredutível e irreconciliável. E pelo corpo comunicamos e damo-nos a abrir aos outros, como fôssemos portas: the doors of perception.
Ah, Deus deu-nos bocas!