Wednesday, February 28, 2007

Fugindo
(ou a impressão de)
É um topos comum na literatura freudiana o sonho recorrente do sujeito que corre atrás de algo que insiste em continuamente mais se afastar dele.
Sinto-me à beira do que ainda não sou.
Sinto o nervoso nas pernas: a oportunidade de perder tudo o que conquistei efemeramente.

"Eu vi mas não agarrei."
Ornatos Violeta
...ou não soube como?

2 comments:

Marta Sofia said...

Ora.. foge! fugimos sempre...
Mas sabe que não és o único.
'Eu VI, mas não agarrei...'
Um beijo, onee-san*

Príncipe Myshkin said...

Eu vi! Claro que era eu vi! Donde me veio a extravagante citação de cabela de "eu quis"? Talvez porque eu quisesse que fosse "eu quis"... Mas, curiosamente, ou não - o subconsciente, que sabe sempre a verdade, de certo o percebeu, ainda que o consciente me enganasse - "eu vi" adequa-se bem mais ao que eu queria transmitir.
Obrigado pela correcção, mana, entretanto, já feita, ainda que sem hesitação (deveria deixar o erro como múmia do meu próprio engano?).

Não sou eu que fujo, não sou eu que quero fugir: fugir pode ser uma solução, mas só e sempre temporária: por isso, mais vale fazermos frente determinada áquilo de que fugimos. Mas, dizia, não sou eu que fujo: sinto sim algo fugir-me: e eu corro, como no sonho freudiano, e não consigo agarrar, porque "eu vi, mas não agarrei".

Obrigado pelas tuas visitas pacientes.*