Solidão
Tuesday, March 20, 2007
Wednesday, March 14, 2007
Exausto
Quando eu era pequeno
E dormia as oito horas
Como se fosse a dose diária recomendada de ferro na contracapa dos cereais
Eu não tinha desinsónias.
(Querer estar acordado e dormir).
Agora, passo o dia em desinsónia:
Tenho desinsónia na viagem do comboio
Tenho desinsónia na subida da calçada
Tenho desinsónia, como dor de dentes, nas aulas.
[...]
Vou embalar-me e espantar o bruxedo da desinsónia:
é 'meia: sandmann.
Monday, March 12, 2007
Em Círculos
Não saio do mesmo,E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido não saio do mesmo
E isto não porque seja teimoso,
Mas porque ando perdido
Não saio do mesmo,
(scroll up)
Saturday, March 10, 2007
Friday, March 09, 2007
Thursday, March 08, 2007
Revolta
Hoje, tomei a decisão que adentro adiara:A escolha manifestou-se, límpida e clara.
Tomei a decisão de tomar a decisão -
E estabeleci as regras do concurso público da minha emigração.
Num dia disso feliz
Abandonarei o meu país:
O país dos meus pais mas não o meu!
AH! Que eu tenho mil ascos de Portugal!
Vieira!, no que veio a dar o teu Império! (choramos em conjunto - e choramos muito)
Vieira: deixa-me emigrar para junto de ti.
Wednesday, March 07, 2007
Tuesday, March 06, 2007
Monday, March 05, 2007
Saturday, March 03, 2007
- É por aqui - disse Lyra, puxando a mão de Will.
Conduziu-o, passaram por um lago com uma fonte sob uma árvore grande e depois viraram à esquerda por entre canteiros de flores em direcção a um enorme pinheiro com muitos troncos. Aí havia uma parede de pedra maciça com uma porta e no outro extremo do jardim as árvores eram mais jovens e a plantação menos formal. Lyra conduziu-o quase até ao extremo do jardim, do outro lado de uma pequena ponte, em direcção a um banco de madeira sob uma árvore de ramos largos e baixos.
- Sim! - exclamou. - Eu desejava tanto, e aqui está, exactamente o mesmo... Will, eu costumava vir aqui na minha Oxford e sentava-me exactamente neste banco sempre que queria estar sozinha, só eu e o Pan. O que eu pensei foi se tu... talvez só uma vez por ano... se pudesses vir aqui ao mesmo tempo que eu, durante uma hora ou assim, então podíamos fazer de conta que estávamos outra vez perto... porque estaríamos perto, se tu te sentasses aqui e eu me sentasse aqui no meu mundo...
- Sim - concordou Will -, enquanto eu viver, virei aqui. Esteja eu onde estiver no mundo, virei até aqui...
- No solstício de Verão - disse Lyra. - Ao meio-dia. Enquanto eu viver. Enquanto eu viver...
Conduziu-o, passaram por um lago com uma fonte sob uma árvore grande e depois viraram à esquerda por entre canteiros de flores em direcção a um enorme pinheiro com muitos troncos. Aí havia uma parede de pedra maciça com uma porta e no outro extremo do jardim as árvores eram mais jovens e a plantação menos formal. Lyra conduziu-o quase até ao extremo do jardim, do outro lado de uma pequena ponte, em direcção a um banco de madeira sob uma árvore de ramos largos e baixos.
- Sim! - exclamou. - Eu desejava tanto, e aqui está, exactamente o mesmo... Will, eu costumava vir aqui na minha Oxford e sentava-me exactamente neste banco sempre que queria estar sozinha, só eu e o Pan. O que eu pensei foi se tu... talvez só uma vez por ano... se pudesses vir aqui ao mesmo tempo que eu, durante uma hora ou assim, então podíamos fazer de conta que estávamos outra vez perto... porque estaríamos perto, se tu te sentasses aqui e eu me sentasse aqui no meu mundo...
- Sim - concordou Will -, enquanto eu viver, virei aqui. Esteja eu onde estiver no mundo, virei até aqui...
- No solstício de Verão - disse Lyra. - Ao meio-dia. Enquanto eu viver. Enquanto eu viver...
Mundos Paralelos: O Telescópio de Âmbar, de Philip Pullman
Friday, March 02, 2007
Reconquistando/Reconquistar
E quando Pandora se preparava para fechar a caixa, Elpis, a quem chamam de esperança, gritou, callas, numa voz aguda e fina, como uma adolescente olhando-se ao espelho e comparando-se com o recorte de revista da keira knightley. Pandora de olhos egípcios olhou-a, aconchegada, com um medo timorense, no canto e fundo do vaso. Estendeu-lhe o dedo. Ela agarrou-o, com frio, e deixou-se levar ao dia e ao sol. Pandora elevou-a à altura dos olhos e aí, a Esperança esticou as suas asas de borboleta, como se rompesse um casulo que não havia, fez-se anja colorida, como fora uma bastarda das hostes divinas (a que os homens chamaram fadas), e voou, com a ligeireza de uma andorinha. Pandora sorriu, mau grado a calamidade e o choro prévio. E assim foi, dentre as coisas humanas, a primeira que conheceu esperança.
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